ÁGUA VIVA
Mergulhei no oceano do Senhor:
Ondas de letras se levantaram;
Frases conexas vieram;
Sentenças terreais jorraram;
Cânticos estelares me abraçaram;
Sons proverbiais cintilaram;
Salmos sibilares ecoaram:
O todo se multiplica
Em meu espírito semelhante do Pai:
O verbo se faz carne
E habita entre nós
E levanta levitas contra Leviatã,
Que cantam para o justo
Nas água do Senhor.
Nada mais cabe em Seu mar:
O Eu Sou é muito justo,
Apertada Sua palavra é:
Mas se desvanece em minha alma crente.
Sopra, Senhor, Tuas palavras
Em nossas ventas para que ventos sopremos
Na água do próximo que virá!
Vinde, Senhor, em palavras, atos e orações.
Vinde, Senhor!
Inunde-nos com Sua Água Viva!
Ferriól Cabanas
Belo Horizonte, 03/05/2010
domingo, 9 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
13JEITO
13JEITO
--------------------------Para Lô: Minha Amada!
Absorto
Dou me conta
De ti
Dentro de mim
--------------------Ferriól Cabanas
16 agosto 2009
--------------------------Para Lô: Minha Amada!
Absorto
Dou me conta
De ti
Dentro de mim
--------------------Ferriól Cabanas
16 agosto 2009
Descontinuidade
Descontinuidade
Tenho essa descrença em mim
Incomodo tudo e todos
Sou incômodo
Faminto
Indigesto
Desacomodado em palavras
Refém de literalidades inúteis
Inutensialiamente
Sou poeta de mim
Absurda mente perdida
Em própria infância
Só por isso caminho
De costas para a morte
--------------------------Ferriól Cabanas
16 agosto 2009
Tenho essa descrença em mim
Incomodo tudo e todos
Sou incômodo
Faminto
Indigesto
Desacomodado em palavras
Refém de literalidades inúteis
Inutensialiamente
Sou poeta de mim
Absurda mente perdida
Em própria infância
Só por isso caminho
De costas para a morte
--------------------------Ferriól Cabanas
16 agosto 2009
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
SAUDADE
SAUDADE
ventos tardios de agosto
trazem a Serra do Mar
para dentro do quintal
-----------------------Ferriól Cabanas
-----------------------10 Fev 2009
ventos tardios de agosto
trazem a Serra do Mar
para dentro do quintal
-----------------------Ferriól Cabanas
-----------------------10 Fev 2009
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
HUMANA UNIDADE
HUMANA UNIDADE
entremeados
em bilhões de iguais
somos ilha perpétua de nós mesmos:
testemunhas solitárias
de um íntimo ser humano
---------------------01 jan 2009
---------------------Ferriól Cabanas
entremeados
em bilhões de iguais
somos ilha perpétua de nós mesmos:
testemunhas solitárias
de um íntimo ser humano
---------------------01 jan 2009
---------------------Ferriól Cabanas
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
CENÁRIO
terra estreita
rios dos olhos
o golfo do coração
de longe
uma risada se compõe
entre serrilhados dentes
despedida tímida
se contrapõe
enquanto sementes de loucura
fazem ninho de serpente
entre meio vaginal
Ferriól Cabanas
dez 2008
rios dos olhos
o golfo do coração
de longe
uma risada se compõe
entre serrilhados dentes
despedida tímida
se contrapõe
enquanto sementes de loucura
fazem ninho de serpente
entre meio vaginal
Ferriól Cabanas
dez 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Trajetória de uma Intimidade
Trajetória de uma Intimidade - Resenha
O conto Fio de Saliva foi o primeiro contato que tive com o universo literário de Lucilene Machado, cronista, contista, poeta e integrante da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Nele percebe-se, com muita nitidez, o corte sincrônico que ela faz na linearidade editorial contemporânea.
Sua agilidade, velocidade e intimidade coma a criação, toma emprestado o mesmo vento que sopra as crônicas de Rubem Braga, a densidade de Cecília Meireles, a busca de Guimarães Rosa e a fina ironia de uma pitonisa grega resgatada em pleno século XXI.
É absolutamente reconfortante encontrar pedra preciosa em meio a tanto cascalho jogado nas livrarias deste tempo veloz e superficial. E quando esse valor vem com indumentária e conteúdo femininos, o encanto é maior ainda.
O jogo de caracteres, cinematograficamente colocados num script imaginário, revela personagens que deslizam em travelling perfeito, nota-se que na cena da sua palavra em ação, não há necessidade de continuísta para fazer a ligação de um conto para outro até que se esgote o volume. Não há tempo para respirar, a emoção seduz outra emoção página por página, na marcação e no compasso de um tempo maior que nós.
Neste livro de contos Lucilene Machado se transforma no amálgama narradora-personagem, entregando-se sem limites na reconstrução de si mesma, como se o dito dela fosse retrato de uma odisséia feminina diária transformada em realidade, configurando desejos e sonhos que povoam todo ser sensível, pois com sabedoria nos faz ver que o beijo é a trajetória mais íntima a acontecer entre dois humanos.
O fio de saliva que se desprende de sua fala, vai costurando nossas bocas secas de boa literatura. Não há mais o que esperar. Apenas saciar.
Ferriól Cabanas
Poeta e Editor
O conto Fio de Saliva foi o primeiro contato que tive com o universo literário de Lucilene Machado, cronista, contista, poeta e integrante da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Nele percebe-se, com muita nitidez, o corte sincrônico que ela faz na linearidade editorial contemporânea.
Sua agilidade, velocidade e intimidade coma a criação, toma emprestado o mesmo vento que sopra as crônicas de Rubem Braga, a densidade de Cecília Meireles, a busca de Guimarães Rosa e a fina ironia de uma pitonisa grega resgatada em pleno século XXI.
É absolutamente reconfortante encontrar pedra preciosa em meio a tanto cascalho jogado nas livrarias deste tempo veloz e superficial. E quando esse valor vem com indumentária e conteúdo femininos, o encanto é maior ainda.
O jogo de caracteres, cinematograficamente colocados num script imaginário, revela personagens que deslizam em travelling perfeito, nota-se que na cena da sua palavra em ação, não há necessidade de continuísta para fazer a ligação de um conto para outro até que se esgote o volume. Não há tempo para respirar, a emoção seduz outra emoção página por página, na marcação e no compasso de um tempo maior que nós.
Neste livro de contos Lucilene Machado se transforma no amálgama narradora-personagem, entregando-se sem limites na reconstrução de si mesma, como se o dito dela fosse retrato de uma odisséia feminina diária transformada em realidade, configurando desejos e sonhos que povoam todo ser sensível, pois com sabedoria nos faz ver que o beijo é a trajetória mais íntima a acontecer entre dois humanos.
O fio de saliva que se desprende de sua fala, vai costurando nossas bocas secas de boa literatura. Não há mais o que esperar. Apenas saciar.
Ferriól Cabanas
Poeta e Editor
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